segunda-feira, 30 de maio de 2011

O Jornal como Fonte para a Historiografia

A INVESTIGAÇÃO DO RECORTE JORNALÍSTICO

Quando a jornalista argentina Roxana Murdochowicz coloca com propriedade que jornais são “janelas de papel” mostra a relação entre aquele que faz uso da informação gerando entre o jornal e seu leitor uma análise dos fatos apresentados, com a imparcialidade da notícia, sem interferência julgadora, mas com o sentido investigativo do fato na pesquisa do jornalismo.

O jornal é a rápida informação escrita do fato, é algo existente, causado por ações provenientes do meio que é narrado como parte de um acontecimento e deve ser colocado com a fidelidade próxima da realidade daquilo que ocasionou a matéria exposta.

A janela transportada do jornal para o leitor ocasiona a leitura crítica formando opinião do acontecimento, e que nem sempre tem unanimidade analítica, e nisto está o papel da informação estampada nos jornais, evidente com correntes diversificadas de opiniões. Este é o papel do jornal na sociedade, gerar a crítica e desenvolver a capacidade do leitor questionar, perguntar, gerar a salutar discussão dos fatos pelo raciocínio e desenvolvimento daquele que se depara com a notícia, interesse daquele instante, embora haja o jornalismo historiográfico que resiste ao tempo no espaço demarcado pelo instante que fica registrado como ação de transformação.

Evidente que a notícia imediata causa o impacto do primeiro instante, sendo discutido muitas vezes por vários segmentos da sociedade com conclusões pessoais de várias maneiras, o que ocasionam controvérsias interessantes, e é isto que o jornal proporciona, causando o efeito que no burburinho das várias mentalidades passa a ser parte daquela cidade, de determinada localidade, nas fábricas, no comércio, em repartições governamentais etc.

A notícia tem que criar impacto inicial para ser geradora da discussão do acontecimento e isto aparece evidentemente na primeira página, onde se esboça o conteúdo do jornal, e estão as mais importantes manchetes e furos de reportagem, de algum experiente jornalista, que abarca determinada reportagem de interesse coletivo.

Fica um parêntese, citando fragmento intitulado Jornal: “Perspectiva de Análise e de Utilização como Recurso Didático no Ensino de Historia”, da professora Ana Lúcia da Silva:

“O historiador deve sempre, sem negligenciar a forma do discurso, relacioná-lo ao social”.

Há métodos de pesquisa que realmente é fascinante como análise crítica comparativa, ao dessecar a informação através de dois ou mais jornais, eliminando o que não são comuns entre ambos, passando a buscar aquilo que se próxima do fato e dele extrair o mérito da informação, tanto no quadro que se apresenta no âmbito do quadro nacional e/ou internacional, resultando deste modo o jornalismo comparado das informações para efeitos de pesquisa historiográfica.

Esta possibilidade esta perto da investigação cabendo averiguar os fatos decorrentes da notícia, extraindo dela o máximo possível de informações, evitando raciocínio dúbio e questionando os fatos que geraram a notícia, comparando e interpretando de maneira cientifica aquilo que é subsídio retirado da imprensa para ser composto e analisado, sendo filtrado o processo da historiografia social, e tirando proveito da fonte que se apresenta para análise e comprovação dos fatos.

As fontes jornalísticas serviram de base de informação para sociólogos, literatos, historiadores que complementaram suas pesquisas valendo-se de periódicos, entre eles estão Gilberto Freire, Florestan Fernandes e Roger Bastide, que são excelência em estudos científicos usados por muitos pesquisadores dos movimentos da sociedade.

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