sábado, 12 de novembro de 2011

DEMANDA MATRIMONIAL DE “BABY” PIGNATARI e MARINA “MIMOSA” PARODI-DELFINO

Anulação Requerida em 1955 ao Tribunale Del Vicariato Di Roma

Depoimento elaborado em italiano por Francisco Pignatari(traduzido)
Não freqüento a missa. Não prático a vida religiosa. Minha família era composta por minha mãe, que nesta ocasião, morava na Itália, por razão de saúde, com minhas duas irmãs.

A família de minha senhora é composta por: pai, mãe, duas irmãs.
Domiciliado em São Paulo.

Minha mãe me deu formação religiosa com aulas de catecismo com: missa, comunhão. De minha senhora o mesmo.
Quanto aos meus estudos, terminei o ginásio no "Dante Alighieri" fiz o liceu por três anos, e depois comecei a trabalhar. A respeito da família dela não posso dar notícias precisas, porque eu a conheci durante uma viagem; suponho que tenha tido a educação que todas as famílias italianas dão.

Conheci em Roma; em 1938 devido a uma viagem na Itália.
Circunstâncias: minha irmã Olga estava morando na casa dela e eu, fui procurá-la em Roma. Naquele momento nos simpatizamos e ficamos noivos. O noivado foi proposta de minha irmã que teve muita influência. Dou meu lado certamente do dela não sei.

O noivado foi oficializado, com pleno acordo; durou mais de um ano. O noivado foi pacífico e sem interrupção.
As relações foram afetuosas  ao princípio. No momento do casamento dúvidas pairavam. Houve uma troca de presentes. Sim, eu fiquei longe de minha noiva. No período de um ano  fiz uma visita ao Brasil, durante o qual eu a vi bem pouco, porque eu trabalhava o dia inteiro.

Em 1938 fui a Itália no início do ano, janeiro ou fevereiro; retornando em abril ou maio. Ela veio no final do ano e permaneceu um mês. Retornei à Europa em março, e em abril ou maio e voltei para casar em junho.
Houve certamente correspondência; mas escrevi muito pouco. Juntos saímos muito pouco e acompanhados de minha irmã. Fomos em lugares públicos e os relacionamento estava perfeito.

Fizeram pressão a minha mãe e minha irmã. Especialmente minha irmã, sendo muito amiga, fez muita pressão, minha mãe, doente, tinha medo, pois parecia que romper o noivado causava escândalos. A pressão foi feita, acho que, dada a minha pouca idade; influenciaram, dizendo  palavras, como "não é decoroso" etc. Não foram feitas ameaças. Minha mãe, de caráter muito bom, não possui muita autodeterminação. Minha irmã era influenciada, mas possuía força de vontade.
Idéia sobre o casamento: acho difícil de falar; foi um sonho, afinal tudo diferente. Eu não tinha idéia; mas como católico, eu pensei que o matrimônio consistisse na formação da família, na continuação da espécie humana, coisa muito boa. Eu conheci muito pouco Marina.

Eu tinha dúvidas sobre o resultado de matimônio; escluindo a exigência dos filhos temporariamente. "Se o casamento lograr êxito, teremos filhos; se não, não pretendo usar o casamento, para facilitar a dissolução, favorecida pelo fato de não ter filhos. Repito que coloco como condição de não ter filhos."
Sobre o rompimento ou não da  indissolubilidade, não sei o que dizer. Manifeste Marina minhas idéias. Minha mãe e minhas irmãs estavam cientes, mas não a família dela, por falta de intimidade.

Eu não estava na Itália, não sei. Os preparativos foram feitos pela família dela e minha irmã. A parte jurídica foi preparada pelo pai da Marinha. A celebração foi adiada por dois meses por causa de minha viagem pela Europa. O retardamento foi determinado pela minha indecisão.Finalmente, convenceram-me, por meio de telefone, em voltar para casar.
O casamento foi celebrado em Roma, na Igreja do Palácio de Veneza, em 7 de Junho de 1939. Assistiram uma boa quantidade de parentes: Eu não conhecia ninguém. Foi uma cerimônia muito bonita. A família dela conhecia muitos por razões sociais e comerciais. Fotografias foram feitas.

Casei-me liberalmente; não houve coação física, mas moral. Jovem de 20 anos, eu não tinha formado meu carácter, sofri a influência das circunstâncias. Sobre obrigações matrimoniais, já havia colocado anteriormente. Pelo que eu sei, Marina casou-se livremente.
O matimonio rapidamente consumado. Nós fizemos uma viagem muita curta de casamento. Relações íntimas foram diminuindo. Naceu um filho. Não houve nenhum aborto.

O domicílio do casal era na Rua Haddock Lobo, 333, em São Paulo, Brasil.
A convivência durou até o final de 1946; depois da guerra ela partiu com um avião militar americano, mas no prinicipio do Natal ficou doente e retornou. Retomou viagem normal, e foi embora definitivamente.

A União não foi pacífica. Houve discussão, tendo em conta as mentalidades e costumes que eram diferentes. Começou rápido, após o casamento, eu não sei a forma e os motivos específicos. Não foram causados por problemas de interesse, porque o casamento, de acordo com as leis italianas, há separação de bens. A desarmonia foi determinada por contrastes de caráter, ambos independentes. A convivência foi interrompida por algum tempo. Permaneceu alguma relação de diálogo, apenas de correspondência com o nosso filho. Não conservo cartas.
A separação definitiva ocorreu em 1947; não sei explicar como e por que, por incompatibilidade de caráter. Isto não aconteceu antes da guerra, mas depois dela.

Moro na casa de meu pai. Não tenho mantido fidelidade conjugal; eu tenho planos de casamento.
Uma conciliação não é possível.

A ação movida por Marina; não sei quem deu conselhos e em que coisa se baseia; não vi os autos.
Marina é religiosa, moral, digna de fé.

Posso enviar  texto a Emenegildo Martini que mora em um bairro em Santo Amaro e ao dr. Fernando Scalamandrè.Também tenho muitos parentes. Minha genitora morreu. Tenho uma irmã na Itália. Tenho muitas testemunhas da família Matarazzo. Eu não tenho nenhum documento.
Eu li o documento(dela) e não tenho nenhum comentário a fazer.

Não tenho nada a acrescentar.
Ad instantiam Defensoris Vinculi ex officio:

Demanda 1) A irmã que influenciou no casamento vive no Brasil ou Itália?
O depoente responde: já morreu.

Vide:

http://www.mail-archive.com/goldenlist-l@yahoogroups.com/msg73233.html

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