sábado, 22 de março de 2014

A COBIÇA PELA MATA ATLÂNTICA NO PARQUE BURLE MARX/SP

Silenciar para Desmatar: Questão de Tempo!

A cobiça do homem é algo impressionante, tudo que demanda lucro imediato já está sobre a condição de ser usado com o objetivo de proporcionar empreendimentos de alto padrão em condomínios fechados. Cogita-se construir bem em frente ao Parque Burle Marx em terreno lindeiro a este e que ainda preserva algum vestígio do que foi a exuberante Mata Atlântica está com os dias contados, pois ali se pretende edificar torres imobiliárias e shopping center em uma faixa que compreende a parte frontal ao parque, ampliado ainda mais para frente abarcando ainda a entrada da Rua Itapaiúna, na área do “bairro” da Vila Andrade, um verdadeiro paredão frontal da antiga várzea do Rio Pinheiros.

CROQUI DA LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS

Esses dois terrenos pretendidos foram adquiridos pelo Fundo Imobiliário Panamby, que faz o gerenciamento do Centro Empresarial de São Paulo, situado na Avenida Maria Coelho de Aguiar, no Jardim São Luiz, tem o suporte do Banco Brascan. Estes terrenos foram mantidos como reserva para no futuro serem comercializados, pois não havia autorização de construção do Departamento de Proteção a Áreas Verdes, DEPAVE.

Evidente que para ser comercializado precisava-se romper este empecilho e em 2004 a Cyrela adquiriu a primeira área, situada em frente ao Parque Burle Marx por um pouco mais de R$ 78 milhões e em 2006 a outra área do antigo Morro do Continental (antigo time de futebol local) já comprometido por um reflorestamento de eucaliptos, foi adquirida pela Camargo Corrêa por pouco mais de R$ 130 milhões, num montante de quase R$ 210 milhões!
Ação humana no Morro do Continental (Marginal)

Este sistema de coisas só foi concretizado a partir de uma licença concedida pelo Departamento de Proteção a Áreas Verdes concedida por autorização de 2003, sem se importar com cursos de águas locais ou um estudo detalhado do bioma existente ali e sem um detalhado estudo do tombamento do Parque Burle Marx, inaugurado em outubro de 1995 e seu entorno. Tudo parece consumado em transações registradas em escrituras lavradas no Cartório de Santo Amaro!
Área Pretendida para empreendimento (Mata Atlântica)

Com toda a luta da associação de moradores parece que a pretensão destas duas mega empreiteiras é manter o curso da discussão até a exaustão da população e com o tempo descaracterizar o local com desmatamento até conseguir o intento de construções de torres de mega empreendimentos.

Já foi licitada uma nova ponte cruzando o Rio Pinheiros ligando este local citado ao lado oposto da outra Marginal, atingindo a Avenida Alceu Maynard Araújo, em Santo Amaro, através do Consórcio Panamby, abrangendo a ponte de travessia sobre o Rio Pinheiros e ainda o prolongamento da Avenida Chucri Zaidan, perfazendo investimento na ordem aproximada de R$ 325 milhões, orçada no final do ano de 2012.

Parece que tudo está consumado e é questão de tempo para calar a sociedade civil!

Veja também:

O Espólio de Pignatari: Chácara Tangará

O Estado de São Paulo- METRÓPOLE: A17;18;19: Data:  9 de março de 2014

1 comentário:

ESTANISLAU disse...

Nós que moramos na cidade de São Paulo, sabemos o quanto faz falta uma reserva de mata, mas também sabemos que não podemos impedir a construção de predios e viadutos.
Mas que esses predios fiquem longe de mata tradicional como a citada nesse local.
Quanto ao viaduto, ele pode ser construido sem prejudicar a mata, vide a Via Anchieta e Imigrantes, estão intactas.Obvio que requer um reflorestamento onde houve pequenas interferencias do homem e cuidar em certos pontos para que não haja invasões, apesar que elas ocorrem em qualqer lugar e tempo se deixarem, mas a advertencia está ai citada.